terça-feira, 27 de outubro de 2009

Há quanto tempo se exerce a Razão sobre este Livro!




Eis o que o bispo, São Máximo de Turim (aqui ao lado, visualmente falando, claro!), já no século V d.C., meditava a propósito deste passo do Evangelho de Lucas, «É semelhante a um grão de mostarda que um homem tomou e deitou no seu quintal». Atente-se no close reading avant new criticism:

"A propósito do que diz o Evangelho: «Um homem tomou-o e deitou-o no seu quintal», que homem é esse, em vossa opinião, que semeou o grão que recebeu, como um grão de mostarda no seu pequeno jardim? Penso que é aquele sobre o qual o Evangelho diz: «Um membro do Conselho, chamado José, natural de Arimateia [...], foi ter com Pilatos, pediu-lhe o corpo de Jesus e,descendo-O da cruz, envolveu-O num lençol e depositou-O num sepulcro preparado no seu jardim» (Lc 23, 50-53). É por essa razão que as Escrituras dizem: «Um homem tomou-o e deitou-o no seu jardim». No jardim de José misturavam-se perfumes de diversas flores, mas um grão como aquele nunca lá tinha sido deitado. O jardim espiritual da sua alma rescendia ao perfume das suas virtudes, mas Cristo ainda não tinha sido aí colocado. Ao sepultar o Salvador no monumento do seu jardim, ele acolheu-O mais profundamente no fundo do seu coração."

Os itálicos são meus.

Bons close readings!

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