terça-feira, 30 de junho de 2009

Narciso, de Caravaggio ao Eliot de "The Death of Saint Narcissus"




"Come in under the shadow of this gray rock,
And I will show you something different from either
Your shadow sprawling over the sand at daybreak, or
Your shadow leaping behind the fire against the red rock:
I will show you his bloody cloth and limbs
And the gray shadow on his lips."


Bom dia!

sexta-feira, 19 de junho de 2009

A luz


Os luministas e o Mississippi num dia de luz intensa em Lisboa.

Bom dia!

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Os acasos existem?

Depois de ter citado Vasco Pulido Valente dei com uma notícia interessante sobre uma reedição de um livro dele (que, por sinal, li de uma rajada), Glória.
Podeis ver esta notícia no blog Da Literatura, de Eduardo Pitta e João Paulo Sousa, em http://www.daliteratura.blogspot.com/

Uma vez mais, bom dia!

Gente conhecida


Não sei porquê, mas esta reprodução de um quadro de Mário Rita faz-me lembrar gentinha que, quais lesmas, se arrasta (e vigia) junto às paredes pelos sítios com os quais os nossos quotidianos se cruzam.
Repararam nesta linguagem tão contida?
Como escrevia o Vasco Pulido Valente, "mais não digo por uma questão de prudência."
Ou como escrevia o T. S. Eliot: "one must be so careful these days."

Bom dia!

terça-feira, 9 de junho de 2009

A propósito dos expatriados ingleses em Florença

Eis um excerto da recensão. Podeis ler o artigo no site do TLS:

"The expatriate community which established itself – or reinvented itself – in Florence at the end of the nineteenth century presents several fascinating perspectives to the cultural historian. Foreigners had played a substantial role in the life of the city since the days when Johann Zoffany painted his multiple portrait of Grand Touring milords and dilettanti gathered under the dome of the Uffizi Tribuna, but it was in the decades after Italian Unification that this alien element really assumed complexity and significance. Its traces are still faintly palpable, even if the English voices reverberating within Caffè Doney are no longer identifiably Oxonian, Seeber’s international bookshop has become a Max Mara retail outlet and the villas once inhabited by the aesthetes and aristocrats of northern Europe have been turned into luxury hotels or graduate study centres for foreign universities."

Bons feriados|

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Charles Simic sobre Joseph Cornell


Outro dia falava aqui de Joseph Cornell a propósito da conferência de Teresa Ferreira de Almeida Alves no Instituto de Cultura Americana da Faculdade de Letras de Lisboa, e agora eis que é publicado Dime-Store Alchemy - The art of Joseph Cornell, do poeta Charles Simic. Aqui fica a referência.

Boas leituras!

A propósito dos diálogos com a memória do cinema, com um abraço ao Mário Jorge Torres:

Excerto da entrevista de Quentin Tarantino aos Cahiers du Cinéma sobre o seu filme mais recente :

"Je suis vraiment fier que certaines de mes scènes comiques aient une légère touche de To Be or Not to Be, en particulier le déjeuner avec Goebbels. Et Sylvester Groth, qui joue Goebbels, est vraiment très bon. Ce sont en effet les films américains des années 1940 qui ont le plus influencé Inglorious Bastards, par exemple ceux de Léonide Moguy, ce Russe exilé à Paris puis aux États-Unis où il a réalisé Paris After Dark et Intrigue à Damas avec George Sanders, formidable. Je suis tombé amoureux de ces films antinazis, tournés pour la plupart par des Européens exilés à Hollywood, comme Jules Dassin (Nazi Agent, Quelque part en France), Douglas Sirk (Hitler’s Madman) et Fritz Lang (Chasse à l’homme et Les bourreaux meurent aussi)."

Bons filmes e boas buscas de intertextualidades!

Deus nos perdoe, a todos nós que por essas veredas vagueámos! Eis um poema de Auden em meados dos anos 30:


"My face in a dark prison lay
And blind by life remained
No learning mine nor light of day,
A slave although unchained
Till through my darkness shone a ray
And Lenin’s truth I gained

We never looked upon his face
We never heard his voice
Yet closer than a father he
Much closer to us was

No father for his children did
What LENIN did for us

From darkness thick he made a light
From deserts gardens green
And out of death the life he brought
Through him the [weak] poor have seen.
A million sand grains make a mound
A million corn a sack
A million of the weakest straws
Break the strong camel’s back.

With all he had he took our part
He gave his brain, his blood, his heart."


Bons sonhos!

Perplexidades no quotidiano


"An ancient cleaning woman, in answer to my 'How's everything going?' answers without looking up: 'Taking its course.' This ultrabanal answer nearly brings me to tears."

E. M. Cioran

Boa semana!

quinta-feira, 4 de junho de 2009

"So long lives this, and this gives life to thee"


Uma carreira de rigor crítico e ético, feita de entrega a quem com ela trabalhou e trabalha.

A não perder o volume de homenagem a Maria Helena Paiva Correia!

Bom dia!

terça-feira, 2 de junho de 2009

Evangelho segundo S. Marcos 12, 13-17

"Em seguida, enviaram-lhe alguns fariseus e partidários de Herodes, a fim de o apanharem em alguma palavra. Aproximando-se, disseram-lhe: «Mestre, sabemos que és sincero, que não te deixas influenciar por ninguém, porque não olhas à condição das pessoas mas ensinas o caminho de Deus, segundo a verdade. Diz-nos, pois: é lícito ou não pagar tributo a César? Devemos pagar ou não?» Jesus, conhecendo-lhes a hipocrisia, respondeu: «Porque me tentais? Trazei-me um denário para Eu ver.» Trouxeram-lho e Ele perguntou: «De quem é esta imagem e a inscrição?» Responderam: «De César.» Jesus disse: «Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.» E ficaram admirados com Ele."

Bom dia!

segunda-feira, 1 de junho de 2009

A alegria do pessimista perante o copo de água


Uma ilustração prática do post anterior acerca do pessimismo: o exemplo do copo de água meio cheio ou meio vazio.
Costumo dizer que perante um copo de água com metade do dito líquido, a minha reacção é a de dizer que este está meio cheio.
Por paradoxal que pareça, trata-se, com efeito, da reacção típica do pessimista.
Explico porquê: quando está com sede, e vê um copo de água naquelas condições, o pessimista começa por pensar que o copo de água podia, simplesmente, não existir. A sua presença é, deste modo, logo, à partida, algo de positivo.
Mas podia estar lá mas com água não potável; ora, se esta é potável, voilà uma razão para se ficar satisfeito!
No entanto, apesar de potável, a quantidade podia ser ínfima.

Ora, se metade do copo está preenchida, júbilo!
Em contrapartida, o optimista estaria sempre à espera de algo mais: não só de um copo, mas, quiçá, de um garrafão e, de preferência, de água fresca... evian. Logo, perante um copo com metade, ficaria decepcionado.
Em contrapartida, o pessimista tem todas as razões para gozar este prazer que a vida lhe ofereceu!

Boa semana!