terça-feira, 23 de outubro de 2012

Já anda por aí...

tem por título O essencial sobre William Shakespeare. A editora, claro, é a INCM. Eis as últimas linhas do prólogo: Escreveu Fernando de Mello Moser, um dos nossos mais reputados shakespearianos, que: «Não será exagero afirmar que ele [Shakespeare] já foi considerado, com argumentos mais ou menos plausíveis assentes na selecção interpretativa dos testemunhos que os seus textos proporcionam, como sendo: um papista convicto, ou um papista envergonhado, ou apenas um simpatizante; como um criptocatólico, ou Recusant; como anglicano do modelo isabelino; como calvinista e como augustiniano severo; como agnóstico; como estudioso da literatura hermético‑cabalista, indiferente à religião por falta de convicção e ou por prudência, embora servindo‑se constantemente de estereótipos e clichés de tradição religiosa; etc. etc.» (Moser, p. 233.) É à descoberta desta misteriosa personagem que vamos agora partir. Para isso peço‑vos, para já, que me acompanhem até Henley Street, em Stratford‑upon‑Avon, uma quarta‑feira...

domingo, 21 de outubro de 2012

Este homem é perigosíssimo!

Chama-se José Mujica. É presidente do Uruguai, onde nasceu em 1935, sob o signo do Touro. Vejam o que dele nos diz Anselmo Borges na sua crónica habitual no Diário de Notícias, e imaginem o que seria se o exemplo dele contagiasse os nossos políticos que ficam muito felizes por trocarem BMWs por Audis e outros assim... Após a eleição, continua a viver na sua pequena casa, numa zona da classe média, nos arredores de Montevideu. Tem um salário de 12500 dólares mensais, mas dá 90%, vivendo com 1250 (que lhe basta, pois muitos concidadãos vivem com menos). A mulher, a senadora Lucía Topolansky, também dá a maior parte do seu salário. Como transporte oficial utiliza um Chevrolet Corsa. Durante o Inverno, a residência oficial servirá de abrigo aos sem tecto. Mandou vender a residência de Verão do presidente, e o resultado da venda destina-se, entre outros usos, à construção de uma escola agrária para jovens sem posses. Na reunião do Rio+20, pronunciou um discurso especial. Aconselhou a uma mudança de vida, pois foi para sermos felizes que viemos ao mundo. Ora, na sociedade actual, vivemos completamente obcecados com o consumismo: trabalhamos para consumir sempre mais... tendo de pedir empréstimos que temos de devolver, e esquecêmo-nos da felicidade. É este o destino da vida humana? Terminou, estimulando à luta pela conservação do meio ambiente, porque "é o primeiro elemento que contribui para a felicidade".

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Deambulações: Moby-Dick, Wells, Jonas e São Pedro Crisólogo

Quem não se lembra de Orson Wells, como Father Mapple, na Moby-Dick de Huston? "See ye not, shipmates, that Jonah sought to flee worldwide from God? . . . . Now Jonah's Captain, shipmates, was one whose cupidity was such that any sin willing to pay its way would travel freely in his ship. In this world, shipmates, Sin that can pay its way can travel where it will and without passport; whereas Virtue, if a pauper, is stopped at all frontiers." Por seu turno, em Lucas 11,29-32, escreve-se: "Naquele tempo, aglomerava-se uma grande multidão à volta de Jesus e Ele começou a dizer: «Esta geração é uma geração perversa; pede um sinal, mas não lhe será dado sinal algum, a não ser o de Jonas. Pois, assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim o será também o Filho do Homem para esta geração. A rainha do Sul há-de levantar-se, na altura do juízo, contra os homens desta geração e há-de condená-los, porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão; ora, aqui está quem é maior do que Salomão! Os ninivitas hão-de levantar-se, na altura do juízo, contra esta geração e hão-de condená-la, porque fizeram penitência ao ouvir a pregação de Jonas; ora, aqui está quem é maior do que Jonas.»" Estas palavras haviam sido já comentadas da seguinte forma no início da nossa era por São Pedro Crisólogo (c. 406-450), bispo de Ravena, e doutor da Igreja: "É o próprio Jonas que pede que o atirem para fora do barco: «Pegai em mim e lançai-me ao mar», disse (Jn 1,12) — o que designa a Paixão voluntária do Senhor. [...] Mas eis que surge um monstro das profundezas, eis que se aproxima um grande peixe que vai realizar e manifestar plenamente a ressurreição do Senhor, ou melhor, engendrar esse mistério. Eis o monstro, imagem terrível do inferno, que, quando abre a garganta faminta para o profeta, prova e assimila o poder do seu Criador e, ao devorá-lo, se compromete na verdade a nunca mais devorar ninguém. A temível morada das suas entranhas prepara a morada para o Visitante que virá do alto; de tal maneira que aquilo que fora causa de desgraça se torna a barca impensável para uma travessia necessária, retendo o passageiro e expulsando-o três dias depois na margem. Assim era dado aos pagãos o que tinha sido arrancado aos inimigos de Cristo. E aos que pediram um sinal, o Senhor achou por bem dar-lhes apenas esse símbolo, pelo qual compreenderiam que a glória que esperavam receber de Cristo devia ser também dada aos pagãos. [...] Pela malícia dos Seus inimigos, Cristo foi mergulhado nas profundezas do caos da morada dos mortos; durante três dias, percorreu todos os recantos desta morada (1Pe 3,19). E quando ressuscitou, ao mesmo tempo que destruiu a maldade dos Seus inimigos, fez brilhar a Sua própria grandeza e o Seu triunfo sobre a morte. É portanto justo que os habitantes de Nínive se elevem no dia do juízo para condenar esta geração, pois eles converteram-se pela proclamação de um só profeta naufragado, estrangeiro, desconhecido; enquanto as pessoas desta geração, depois de tantas obras admiráveis e de tantos milagres, com todo o brilho da ressurreição, não se tornaram crentes nem se converteram." Estas evocações permitem-nos perceber por que razão Melville inicia Moby-Dick com uma catalogação da nossa memória literária e cultural.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

"Viver é apenas o tempo de uma entrada, que dura um instante"

Referi há algum tempo neste espaço Dos homens e dos deuses, o filme de Xavier Beauvois sobre os monges mártires da Ordem Cisterciense da Estrita Observância que viviam no mosteiro de Tibhirine, uma aldeia da região argelina do Magrebe. Quem viu o filme, recordar-se-á de, em determinados momentos, breves instantes, a escrita emergir. Com ela é a intimidade que se revela. Uma intimidade que persiste nos silêncios, nomeadamente no recolhimento das orações. Nessa intimidade é, afinal, um caminho e uma resposta que se procura. Dom Henri Teissier revela-nos algumas dessas meditações, inserindo-as no espiritual e de santidade de um destes mártires, Christophe Lebreton. É do livro com título homónimo, sub-intitulado "monge mártir e mestre espiritual para os nossos dias", que transcrevo alguns passos, deixando a referência como um convite para a sua leitura. Ei-las: A passagem - "Hoje convidas-me ao combate, [...] a entrar pela porta estreita. [...] Pela mão me conduziste. Viver é apenas o tempo de uma entrada, que dura um instante, e de repente fica-se no interior. Assim foi também este domingo para as nossas duas irmãs [duas freiras assassinadas pelos terroristas islâmicos]. Elas ganharam. Transpuseram o limiar e agora esperam por nós do outro lado." (Diário, p. 116) A radical empatia com a alteridade - "Construir a história juntamente com o outro ... Nisso reside uma possibilidade de humanidade nova."(Diário, p. 200) A radical empatia com o lugar - "Gosto da luz destas paragens, amo o sol e a montanha cuja imponência não nos esmaga, deleitam-me as cores mornas, doces e vivazes no olhar de paz dos olhos desta terra." (Aime, p. 144) Boas leituras e bons filmes!

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Les adieux à la reine

É obviamente difícil filmar algo que está saturado quer no plano visual quer no plano tópico. Refiro-me, respectivamente, a um espaço profundamente revisitado, o palácio de Versalhes, e a uma personagem, Maria Antonieta. Ora, este filme de Benoît Jacquot consegue superar essa saturação. Relativamente ao espaço, Jacquot (devedor do romance de Chantal Thomas) opta pelos espaço ignorados (não celebrados pelo cinema) de Versalhes: estreitos e mal iluminados corredores, pequenos (minúsculos) quartos, cozinhas da criadagem (a cor, ai a cor, às vezes fazendo lembrar Caravaggio!). A vertigem daqueles dias em que a catástrofe se avizinha, acompanha o percurso por aqueles espaços, apoiado no sussurro, as vozes que denunciam o temor face aos tempos que se avizinham. É destas margens ao nível do espaço que emerge um olhar, também ele das margens (esquecido) sobre Maria Antonieta, o de uma personagem menor (faz lembrar como Alexandre é visto através do olhar de Bagoas em O jovem Persa, de Mary Renault): o olhar da jovem órfã, Sidonie, a jovem cuja função naquela complexa estrutura social é a de ler para a rainha. É, deste modo, através de uma percepção outra que o poder emerge. Peço-vos que não percam este filme. Boa semana!

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Estreia hoje Linhas de Wellington

Um ano lectivo inicia-se...? Ou será que, agora, que a semestralização se canonizou, bastaria dizer apenas que “mais um semestre se inicia”? Enfim, semestre ou ano lectivo, tanto faz! O importante é que temos algo de particularmente sedutor em termos estéticos sobre a nossa História colectiva (perdoai-me esta ênfase numa auto-estima nacional) para celebrar a ocasião. Refiro-me a Linhas de Wellington, o filme que, sob proposta de Paulo Branco, Raúl Ruiz idealizou e que, após a sua morte, a sua viúva, a realizadora Valeria Sarmiento, concretizou. Há, quanto a mim, vários aspectos a destacar neste filme. Talvez me confine aos seguintes: a escolha do tempo histórico; a dinâmica da(s) narrativa(s) [aqui acresce o trabalho de montagem]; a fotografia [a cargo de André Szankowski (lembram-se, por certo, do seu excelente trabalho em Mistérios de Lisboa)]; o casting; o tópico do herói. A minha geração que ainda aprendeu algo sobre a História de Portugal [vi pelos meus filhos que também eles aprenderam, mas a forma como era ensinada – talvez devido às estratégias didácticas das ciências da educação, mais parecia o mito do eterno retorno – não terá deixado nas suas mentes memória alguma significativa], lembra os episódios ligados às chamadas invasões francesas, e os nomes dos intervenientes que as lideraram e que, com o rabo entre as pernas, regressaram ao berço do racionalismo iluminista. Ora, a escolha de um episódio relevante desses tempos é importante pela sua evocação de um, ainda que forçado, envolvimento colectivo, e pela fase de transição que o seu fim significa. Lembro-me dessa frase de Mary Renault em Jogos Funerários: “Um tempo partira. Um tempo chegara. E eles não gostavam dos auspícios do seu nascimento.” O derradeiro plano do filme, ligado a uma das micro-narrativas, onde a terra devastada (ainda não era a do Eliot; a burguesia que a devastaria ainda não emergira entre nós com a pujança que lhe permitiria atingir esse apocalipse cultural), a casa reduzida ao esqueleto, as plantações, a cinzas... o derradeiro plano, dizia, com um burguês (a classe média?) na miséria, acompanhado de um criado que obviamente não receberá salário, e de um jovem louco, não pode deixar de nos lembrar os tempos que correm. Sabemos hoje, dois séculos depois, que das cinzas ele renascerá, todavia. Talvez seja esse um sinal de esperança... Depois a dinâmica da narrativa. Quem quiser ensinar Genette pode recorrer a este filme pela notável inter-relação entre narrativa central e micro-narrativas. Quem quiser ensinar estudos inter-artes ou fílmicos pode meditar sobre a importância da montagem neste processo. E aqui, a realizadora, Valeria Sarmiento (com Luca Alverdi), senhora de uma larga experiência a este nível, fez um trabalho notável. São duas horas e meia (um pouco mais, aliás) e, contudo, o tempo flui sem que disso nos apercebamos. E depois há a fotografia. Como referi, a cargo de André Szankowski. Sendo a atmosfera uma vertente fundamental na narrativa fílmica, importa acentuar a forma como ela celebra o intimismo e confere dramatismo a cenas colectivas (recordo a fuga das populações ao longo de caminhos sinuosos). E depois há o casting. Não é todos os dias que, um filme português, exibe actores estrangeiros consagrados como Michel Piccoli, Isabelle Huppert, Catherine Deneuve, Chiara Mastroianni, Mathieu Amalric (ainda que por breves instantes, todos eles), John Malkovich (“ripe as an October apple”, segundo o crítico do Guardian), e um conjunto de actores portugueses que se impõe pela sua solidez de representação. Eu não esqueço, porém, Nuno Lopes, o sargento Francisco Xavier (ironia da designação pensará quem tenha memória religiosa-cultural?), e Adriano Luz, que aqui é o Bordalo (outra ironia? Rafael Bordalo Pinheiro) e que em Mistérios de Lisboa foi o padre Diniz. E, por fim, o tópico do herói. Há, entre nós, uma certa sensibilidade política que tem feito tudo (política de terra queimada) para destruir, e apenas isso, a noção de herói (pobre Carlyle ou pobre Emerson, se ressuscitassem hoje no nosso jardim, pois veriam Heroes and Heroworship e Representative Men serem arrasados e denunciados como machistas reaccionários!). Ora, Linhas de Wellington recupera a figura do herói de duas formas. Por um lado, celebrando-o quer através da entidade colectiva quer através de figuras singulares e anónimas, aquelas que as grandes narrativas esqueceram, ainda que na sua loucura fanática, por exemplo (veja-se Albano Jerónimo na figura do Abade que, em nome de Deus, esquarteja franceses). Por outro lado, revelando a humanidade das “grandes figuras”. A humanidade, esclareço, significa o ser humano enquanto tal, com suas virtudes e defeitos, e não uma abstracção. Nesse sentido, Malkovitch/Wellington é brilhante! Como que antecipando os tempos mediáticos que vivemos e o domínio da imagem, ele “edita” com todo o cuidado a representação da guerra: "more panache, less corpses", impõe ele ao seu cronista/visual (repórter de guerra). Afinal, ele sabia que seria a sua imagem aquilo que persistiria no tempo! Não deixa de funcionar também como uma espécie de comic relief o episódio em que ele se interroga sobre se deverá ou não sentir-se ofendido pelo facto de terem dado o seu nome a um bife... Estas são apenas algumas notas. Espero que vejam Linhas de Wellington. E que, caso sejam professores, incentivem os vossos alunos a ir vê-lo. Afinal, como referi, o derradeiro plano lembrar-lhes-á que, mesmo quando a nossa independência nacional se esfumou e o país ficou “nas lonas”, ele, o país, acabou por persistir. Como sabiamente lembra o Eclesiastes: há um “tempo para matar, e tempo para sarar; tempo para demolir, e tempo para construir”. Bom início de semestre e bons filmes!

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Uma referência para a Europa (I)

A propósito de São Bento, padroeiro da Europa, as palavras de Bento XVI: "Gostaria hoje de falar de São Bento, fundador do monaquismo ocidental, e também padroeiro do meu pontificado. Começo com uma palavra de São Gregório Magno, que escreve sobre São Bento: «O homem de Deus que brilhou nesta terra com tantos milagres não resplandeceu menos pela eloquência com que soube expor a sua doutrina» (Dial. II, 36). O grande Papa escreveu estas palavras no ano de 592; o santo monge tinha falecido 50 anos antes e ainda estava vivo na memória do povo, sobretudo na florescente ordem religiosa por ele fundada. São Bento de Núrcia exerceu, com a sua vida e a sua obra, uma influência fundamental sobre o desenvolvimento da civilização e da cultura europeias. [...] Entre os séculos V e VI, o mundo esteve envolvido numa tremenda crise de valores e de instituições, causada pela queda do Império Romano, pela invasão dos novos povos e pela decadência dos costumes. Com a apresentação de São Bento como «astro luminoso», Gregório queria indicar, nesta situação atormentada, precisamente aqui nesta cidade de Roma, a saída da «noite escura da história» (cf. João Paulo II, Insegnamenti, II/1, 1979, p. 1158). De facto, a obra do santo e, de modo particular, a sua Regra revelaram-se portadoras de um autêntico fermento espiritual, que mudou, no decorrer dos séculos, muito para além dos confins da sua pátria e do seu tempo, o rosto da Europa, suscitando depois da queda da unidade política criada pelo Império Romano uma nova unidade espiritual e cultural, a da fé cristã partilhada pelos povos do continente. Surgiu precisamente assim a realidade à qual nós chamamos «Europa»."

Uma referência para a Europa (II)

A propósito de Santa Brígida, co-padroeira da Europa, palavras de João Paulo II: "Para edificar a nova Europa sobre bases sólidas, não é decerto suficiente apelar apenas aos interesses económicos, que se em certas ocasiões unem, noutras, em contrapartida, dividem; antes, é necessário incidir sobre os valores autênticos, que têm o seu fundamento na lei moral universal, inscrita no coração de cada homem. Uma Europa que confundisse o valor da tolerância e do respeito universal com o indiferentismo ético e o cepticismo acerca dos valores irrenunciáveis abrir-se-ia às mais arriscadas aventuras e, mais cedo ou mais tarde, veria reaparecer sob novas formas os espectros mais tremendos da sua história. Para evitar esta ameaça, torna-se mais uma vez vital o papel do cristianismo, que está a indicar de forma infatigável o horizonte ideal. À luz dos inúmeros pontos de encontro com as outras religiões, que o Concílio Vaticano II prospectou (cf. Decreto «Nostra aetate»), é necessário ressaltar com vigor que a abertura ao Transcendente é uma dimensão vital para a existência. É essencial, portanto, um renovado compromisso de testemunho por parte de todos os cristãos, presentes nas várias nações do continente. A eles cabe alimentar a esperança da plena salvação com o anúncio do Evangelho que lhes compete isto é, da «Boa Nova» com a qual Deus Se encontrou connosco, e em Seu Filho Jesus Cristo nos ofereceu a redenção e a plenitude da vida divina. Graças ao Espírito que nos foi dado, podemos elevar a Deus o nosso olhar e invocá-lo com o doce nome de "Abba", Pai (cf. Rm 8, 15; Gl 4, 6). Ao favorecer uma renovada devoção eu quis, com este anúncio de esperança, valorizar em perspectiva «europeia» estas três grandes figuras de mulher, que em várias épocas deram tão significativa contribuição para o crescimento não só da Igreja, mas da mesma sociedade."