segunda-feira, 30 de novembro de 2009

"Mary´s Song", de Sylvia Plath



Porque George Steiner que ainda há dias esteve entre nós, foi uma das primeiras vozes mais lúcidas a falar sobre Plath e porque se vivem tempos de Advento, lembrei-me de recordar "Mary's Song":

"The Sunday lamb cracks in its fat.
The fat
Sacrifices its opacity. . . .

A window, holy gold.
The fire makes it precious,
The same fire

Melting the tallow heretics,
Ousting the Jews.
Their thick palls float

Over the cicatrix of Poland, burnt-out
Germany.
They do not die.

Grey birds obsess my heart,
Mouth-ash, ash of eye.
They settle. On the high

Precipice
That emptied one man into space
The ovens glowed like heavens, incandescent.

It is a heart,
This holocaust I walk in,
O golden child the world will kill and eat."

Boa semana!

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

George Steiner


recebe hoje um doutoramento "honoris causa" na Universidade de Lisboa.
Steiner é uma voz que moldou muita gente na minha geração; logo, é bom vê-lo receber esta honra na Universidade de Lisboa. Além disso, é sempre motivo de júbilo ver que a Faculdade de Letras, que certamente impulsionou esta distinção, está viva e com rumo.
Ouvi algures que José Pedro Serra será o padrinho. Que bom!
Besides, como podeis ver, o Steiner gosta de cães!
Bem hajam!
E para atenuar esta atmosfera eufórica, eis uma quote sua, perturbantemente lúcida: "We know that a man can read Goethe or Rilke in the evening, that he can play Bach and Schubert, and go to his day's work at Auschwitz in the morning."

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Questões de ética


parecem estar arredadas do nosso quotidiano, seja este político, judicial, et al.
No registo político, em particular, provavelmente numa leitura equivocada de Maquiavel, há quem defenda a sua elisão; não explicitamente, claro, mas sim, sinuosamente, ao evocar uma incapacidade de aproximação crítica pela via da ética.
Shakespeare, atento que estava às circunstâncias políticas do seu tempo, recupera a História para colocar a ética no centro da acção política.
O texto é, obviamente, Julius Caesar, e o passo, o célebre discurso de Marco António na cena ii do Acto III, após o assassinato de César.
Ei-lo (rcordando visualmente Marlon Brando):

"Friends, Romans, countrymen, lend me your ears;
I come to bury Caesar, not to praise him;
The evil that men do lives after them,
The good is oft interred with their bones,
So let it be with Caesar ... The noble Brutus
Hath told you Caesar was ambitious:
If it were so, it was a grievous fault,
And grievously hath Caesar answered it ...
Here, under leave of Brutus and the rest,
(For Brutus is an honourable man;
So are they all; all honourable men)
Come I to speak in Caesar's funeral ...
He was my friend, faithful and just to me:
But Brutus says he was ambitious;
And Brutus is an honourable man….
He hath brought many captives home to Rome,
Whose ransoms did the general coffers fill:
Did this in Caesar seem ambitious?
When that the poor have cried, Caesar hath wept:
Ambition should be made of sterner stuff:
Yet Brutus says he was ambitious;
And Brutus is an honourable man.
You all did see that on the Lupercal
I thrice presented him a kingly crown,
Which he did thrice refuse: was this ambition?
Yet Brutus says he was ambitious;
And, sure, he is an honourable man.
I speak not to disprove what Brutus spoke,
But here I am to speak what I do know.
You all did love him once, not without cause:
What cause withholds you then to mourn for him?
O judgement! thou art fled to brutish beasts,
And men have lost their reason…. Bear with me;
My heart is in the coffin there with Caesar,
And I must pause till it come back to me."

Sublime, n'est-ce pas?

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

De um poema de Ralph Waldo Emerson


deixo-vos esta minha tradução:

















"Brama

Se o ceifeiro vermelho pensa ceifar,
Ou se o ceifado pensa sê-lo,
Ambos ignoram as subtilezas
Que minhas são, e passam, e voltam de novo.

O distante ou o esquecido é para mim próximo;
A sombra e a luz o mesmo são;
Os deuses desaparecidos aparecem ante mim;
E unos para mim são a vergonha e a fama.

Ilude-se quem me ignora;
Quando eu são, voam; eu sou as asas;
Sou o que duvida e a dúvida,
E o hino que o brâmane canta.

Os deuses fortes anseiam pela minha casa
E em vão anseiam os Sete sagrados;
Mas tu, dócil amante do bem!
Encontra-me, e volta as costas ao céu."

Boa semana!

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Bartleby sob o olhar de Giorgio Agamben



Giorgio Agamben
Bartleby – Escrita da Potência
Seguido de Bartleby, O Escrivão de Herman Melville
Tradução de Gil de Carvalho
Assírio & Alvim, 2008


A década de 1850 é habitualmente identificada, nos Estados Unidos, com o auge do Renascimento Americano, isto é, um momento histórico durante o qual surgem um conjunto de obras que vão emancipar as letras americanas das velhas musas da Europa: Ralph Waldo Emerson proclama essa independência nos seus ensaios (1850 é a data da edição de Homens Representativos); em A Letra Escarlate (1850) Nathanael Hawthorne evidencia a presença puritana na sociedade oitocentista; Herman Melville antecipa o romance moderno com Moby-Dick (1851); Henry David Thoreau reformula a escrita autobiográfica em Walden, A Vida nos Bosques (1854); Walt Whitman inaugura uma tradição épica com “Canto de Mim Mesmo” (1855).

No seio destas obras fundamentais importa acentuar a produção narrativa de Herman Melville que, após uma década de intensa e diversificada contribuição para o universo literário contemporâneo, se dedicará quase exclusivamente à criação poética.

Neste espaço de tempo, para além do acima mencionado Moby-Dick, Melville dá a lume White-Jacket (1850), onde prenuncia Moby-Dick; Pierre, no qual aborda a incómoda temática do suicídio (1852), Bartleby (1853), The Encantadas (1854), Israel Potter (1855), Benito Cereno, um libelo contra a escravatura e o racismo (1855), The Piazza Tales (1856, reunindo Bartleby e Benito Cereno), The Confidence-Man, uma sátira ao optimismo transcendentalista (1857). Segue-se o silêncio. Em 1859 a mulher de Melville, Elizabeth, escreve numa carta à mãe: “O Herman começou a escrever poesia. Não diga nada a ninguém, pois sabe como estas coisas se espalham.”

Embora a generalidade destas obras ou visite temáticas sensíveis para a sociedade americana no período que antecede a guerra civil, ou questione radicalmente os cânones narrativos (em Moby-Dick Melville antecipa algumas das experiências mais radicais da narrativa do século xx, inserindo registos inesperados e estranhos, e fazendo coabitar diferentes géneros no mesmo espaço textual – poesia, drama, escrita confessional, discurso científico, etc.), Bartleby – O Escrivão será, talvez, aquela que maior perplexidade suscita.

À semelhança do que afirma Nick Carraway, o narrador de O Grande Gatsby, no final deste romance, Melville é um barco contra a corrente dominante na América de meados do século XIX. Autores fundamentais, como os acima mencionados Emerson e Whitman, celebram o indivíduo e as suas imensas capacidades. Tanto no pensamento como na intervenção social, nomeadamente através da palavra, do discurso, é a acção, a energia que então se celebram.

Contra a corrente, Melville parece contrapor (celebrar?), em Bartleby, o oposto: a inacção e o silêncio.

Importa, desde logo, referir a escolha desta profissão, escrivão. A sua relevância, no âmbito de um tecido social urbano nova-iorquino, havia sido reconhecida por Charles Dickens ao inserir um escrivão entre o núcleo de personagens de Bleak House. Por seu turno, Charles Briggs, no seu romance sobre Nova Iorque, The Adventures of Harry Franco, atribui ao protagonista esta profissão quando ele se inicia na vida da grande metrópole. Uma palavra surge aí para caracterizar esta actividade, monótona.

Ao escolher esta profissão, Melville atribui visibilidade a uma actividade anónima e certamente pouco imaginativa que não participa da energia que enforma o sonho americano. Além disso, retira do silêncio essa actividade. Dupla ironia, visto ser esta uma narrativa sobre o peso esmagador do silêncio e da resistência passiva. E do seu preço, pois este, como o desenlace evidencia (antecipando outro silêncio, o de Billy Bud, protagonista da derradeira novela de Melville), pode ser a própria morte.

Na estranheza que percorre o silêncio de Bartleby muitos reconheceram uma antecipação de Kafka ou de Ionesco. Ora, esta edição permite uma revisão desta leitura através do olhar do filósofo italiano Giorgio Agamben (1942). Numa análise que, a par da de Gilles Deleuze, figura entre as mais argutas que o século XX conheceu deste texto, Agamben reposiciona a narrativa no âmbito de uma tradição hermenêutica que reavalia o diálogo entre o silêncio e a acção, assim questionando leituras mais tímidas. Por seu turno, Gil de Carvalho reviu a sua tradução de 1988, de modo a reconfigurar o texto a partir do olhar de Agamben (o negrito dá ênfase à distância do tradutor face à sua versão original). Por fim, as fotos do local de trabalho do filósofo não só criam uma ponte entre o seu texto e o de Melville, como sinalizam uma idêntica filiação.

Esta edição oferece, deste modo, uma narrativa indispensável para quem deseja conhecer a literatura americana e uma perspectiva crítica incisiva e pertinente.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Má fortuna...?


Não sei se estou a incorrer em ilegalidade alguma mas não consigo deixar de transcrever a opinião de Manuel António Pina, inserida hoje no JN:

'Desde 2005 (o ano pode não significar nada, mas dá que pensar) que Portugal vem descendo no "ranking" de percepção da corrupção da Transparency International, isto é, vem-se alegremente revelando um país cada vez mais corrupto, tendo este ano descido mais três lugares, da 32ª para a 35ª posição, e estando agora, em termos de corrupção, ao nível de Porto Rico, numa honrosa posição entre a Dominica (um pouco menos corrupta que nós) e o Botswana (um pouco mais corrupto).

Os índices da Transparency International resultam da avaliação anual de analistas e homens de negócios, bem como de organizações como o Banco Mundial, o Fórum Económico Mundial, os Bancos de Desenvolvimento da África e da Ásia e centros de pesquisa como o Economist Inteligence Unit e o Global Insight. Curioso foi o modo detergente como alguns jornais deram ontem a notícia. O "Jornal Digital", por exemplo, deu-a sob o animador título de "Corrupção: Portugal é o país lusófono menos corrupto". Algo assim como, numa corrida com dois corredores, noticiar: "O nosso ficou em segundo lugar, ao passo que o adversário ficou em penúltimo".'

Santo Deus!

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Jane Urquhart



estará amanhã à tarde, em Lisboa, na Faculdade de Letras. A não perder, pelo menos para quem ande pelas vizinhanças e consiga organizar o seu tempo. Jane Urquhart é uma romancista de rara inteligência que vale a pena conhecer, nomeadamente pelo facto de nos abrir as portas para uma outra América, um pouco mais a Norte, que não raro esquecemos.
Já agora, por afinidade de apelido, Tony Urquhart, seu marido, é um pintor também a conhecer. Podem googlá-lo. Deixo-vos algo para estimular o interesse.
Até amanhã!

De Rossetti já me ocupei nestas páginas


(virtuais). Agora deixo-vos a referência de um livro, um dos livros, aliás, que mais portas me abriu nestes últimos meses, a propósito dele e do gang pré-rafaelita. Porque entre nós deve prevalecer a partilha e não a ocultação, aqui fica seu título: Poetry and the Pre-Raphaelite Arts - Dante Gabriel Rossetti & William Morris, e sua autora Elizabeth K. Helsinger. Para quem gosta destes diálogos entre artes, a não perder.
Boas leituras!

Estranhos sonhos



são muitas vezes aqueles que nos motivam; por exemplo, o do jovem que queria vencer no mundo da pop e, para que ele (o sonho) se realizasse, foi para Reno.
Porquê este sítio tão improvável para realizar um sonho? Ser estrela pop no Nevada, no meio de salas de jogo?
Esclareça-se que, segundo fontes não muito credíveis, na língua dos índios Chawktaw, Reno quer dizer: "When's the next bus out?"
Esta é, todavia, uma história verídica, diga-se, colhida por Peter Buck ou por Michael Stipes, não me recordo qual, num jornal.
A canção que emergiu desta singular narrativa intitula-se "All the way to Reno (You're gonna be a star)". Eis alguns versos:

"Humming
All the way to reno
Dusted the non-believers
And challenge the laws of chance
...
Wing is written on your feet
Your achilles heel
Is the tendency to dream
But you've know that from the beginning
You didn't have to go so far
You didn't have to go.

You know what you are
You're gonna be a star."

Sigamos os sonhos, portanto!

Afinal, o próprio nome da banda designa aquela fase do sono em que os sonhos são mais rápidos!

Será que o jovem se terá tornado estrela pop ou é hoje um croupier barrigudo de meia-idade?

Bons sonhos!

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

A propósito da memória em Moby-Dick




As cinco primeiras citações dos Extracts, secção que antecede o primeiro capítulo de Moby-Dick, são respectivamente do Génesis, dos livros de Jó e de Jonas, dos Salmos e de Isaías. Na citação do Génesis, lê-se: “And God created great whales” (78). Nas citações de Jó, dos Salmos e de Isaías encontra-se a referência ao Leviathan ; enquanto que na de Jonas será a um great fish (ou seja, pressupõe o prefaciador, uma baleia). Mais adiante , no capítulo 24 - The Advocate - o narrador voltará a esta questão perguntando enfaticamente: “Who wrote the first account of our Leviathan? Who but mighty Job ! And who composed the first narrative of a whaling-voyage? Who , but no less a prince than Alfred the Great ...” (207)
Afinal, ao surgir na Bíblia, e no Génesis em particular, naquele que não só é o primeiro livro, mas também o livro do princípio, a baleia revela-se aos olhos do leitor como um ser que desde a criação, desde o início dos tempos, percorre a nossa tradição judaico-cristã, percorre a História. A sua história participa da História; a baleia é um mito que participa do mito. Daí que George Steiner tenha escrito: “In Melville's Moby-Dick, ... , the metamorphic energies of the myth-fiction almost appropriate to themselves the authority , the reinsuring centrality of the scriptural -theological source.”

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Perplexidade


é o mínimo que podemos dizer ao saber da morte de Robert Enke. Há já dez anos atrás, quando ia à bola com os meus miúdos, dizia-lhes que eles estavam a ter a oportunidade única de ver jogar aquele que um dia seria considerado um dos maiores guarda-redes dos nossos tempos.
Curiosamente, a sua imagem que retive na memória é a de quando ele passeava um cão enorme perto da minha casa, com um paperback no bolso dos jeans.
Porque desaparece alguém de tão singular, de dotes tão excepcionais?
Que agora, enfim, descanse em paz!

terça-feira, 10 de novembro de 2009

"Fuga" e "Contraponto"






Por que razão terá Charles Sheeler escolhido estes títulos com óbvias ressonâncias musicais para os quadros que vos deixo?

Boas imagens!



E Cecília disse:

"...Ausências Presentes...
Memória e Reflexão sobre a condição humana

Unsuk Chin:

Rocaná (Room of light/Espace de lumière)(2008)
Violin Concerto (2001)

[ANALEKTA]

Grata,
C."

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Num vortex de actividade,


tempo apenas para vos deixar este belo poema de Herberto Helder na morte de Mário Cesariny:





"corpos visíveis,
nobilíssimos,
inseparável luz que move as coisas,
ter um inferno à mão seja qual for a língua,
toda a água é inocente e escoa-se entre as unhas,
à porta do forno crematório alguém lhe toca,
vai lá, vai que te acolham, brilha, brilha muito, brilha tanto quanto não possas, brilha acima,

faz brilhar a mão que melhor redemoinha,
a mão mais inundada,
e ele entra sem esperança nenhuma,
só na última linha quando o coração rebenta,
reconhece quem o olha"

Boa semana!

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

"Um pouco mais de Europa"




De novo um poema de Moniza Alvi, o VI, de Europa:

"His tender glance
settled on her,
flitted on and off
like a cabbage-white.

Europa stretched out her hand
and touched him
and the being
who hid like a stowaway
inside him."

A reprodução é de O Rapto de Europa, de Matisse.

Bons poemas!

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Europa, segundo Moniza Alvi


que, diga-se de passagem, é uma das vozes que mais aprecio no âmbito da poesia inglesa contemporânea.

Eis o fragmento XIV do seu livro mais recente, intitulado... Europa:

"But still
she pressed her legs
against the swimming bull,
clutched him, slid against
his heaving paleness.

Where was she,
Agenor's daughter?
Wrenched from herself,
flung across worlds."

Sexy, n'est-ce pas?
Foi editado no ano passado pela Bloodaxe Books.
Voltarei a ela em breve.
A reprodução deste Rapto de Europa é de um quadro de Hugo Claus.
Boas leituras!

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Americanistas em Letras



de Lisboa! É aí que devereis estar dentro em breve, pois a Linha de Acção de Estudos Americanos do CEAUL (Centro de Estudos Anglísticos da Universidade de Lisboa) vai organizar um simpósio internacional, que reúne especialistas nacionais e internacionais, subordinado ao tema “Post-Racial America”, celebrando o bicentenário de Abraham Lincoln (1809-1865) e o centenário de Eudora Welty (1909-2001), duas figuras centrais na cultura e na literatura norte-americanas.

O evento é aberto à comunidade e de entrada livre, oferecendo comunicações, debates, mesas redondas com escritores e dinamizadores culturais, filmes (na Cinemateca e na Faculdade de Letras), exposições (posters de Lincoln e fotografias de Tracy Corvo, da série Barbie Doll htpp://www.tracywrightcorvo.com/galleries/barbiegirls/), e ainda contadores de histórias que actualizam o legado de Welty.

Até lá!

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Ainda a propósito do António Sérgio




sobre o Dia de Todos os Santos escreveu o Beato Jan van Ruusbroec (1293-1381):

"Na vida eterna, contemplaremos com os olhos da inteligência a glória de Deus, de todos os anjos e de todos os santos, assim como a recompensa e a glória de cada um em particular, das maneiras que quisermos. [...]

O outro coro é o dos anjos; ainda que pela sua natureza estes sejam seres mais elevados, nós, os homens, recebemos mais de Jesus Cristo, com Quem somos um. Ele será, no meio do coro dos anjos e dos homens, o supremo pontífice, diante do trono da soberana majestade de Deus. E, diante de Seu Pai celeste, Deus todo-poderoso, oferecerá e renovará todas as oferendas que Lhe forem apresentadas pelos anjos e pelos homens; e estas renovar-se-ão ininterruptamente, e para sempre se manterão na glória de Deus."

domingo, 1 de novembro de 2009

António Sérgio


faleceu de madrugada, dizem os jornais. Conheci-o nos anos 80, aquando da publicação, na colecção Rei Lagarto, da Oração Americana, do Jim Morrison. Na altura o António convidou-me para falarmos sobre o Morrison, na Rádio Comercial, pela noite dentro.
Havia sintonia.
Ficámos em contacto.
Participei noutros programas dele e ele numa iniciativa minha sobre Kerouac.
Estive com ele na XFM, para uma "imensa minoria".
Às vezes lembrava-me que tinha de lhe telefonar para saber como estava.
Recordarei a sua voz na iniciativa sobre os Doors no Rock Rendez-Vous: "Long Live the Doors!" E o António também, na memória daqueles que tiveram o privilégio de com ele conviver.
Um beijo à Ana Cristina.
Deus tem mais um anjo junto de Si!


Bem me lembro de "Long Live the Doors!" e da voz inconfundível. Acompanhei-o pela rádio, ao longo de muitos anos.
Sim. Mais um anjo.

Austeriana