quarta-feira, 2 de novembro de 2011

É disto mesmo que falamos, ao dizer “educação”.


É disto mesmo que falamos, ao dizer “educação”. Como a cultura, também ela é dinâmica e activadora, em relação a si próprio e – no caso familiar e escolar – muito especialmente em relação aos outros, por isso mesmo educandos.

A palavra significa também “extracção” (e-ducere), para extrair dos outros o melhor deles mesmos, que só assim realizam as potencialidades que detêm, em benefício próprio e alheio. Não exagerando as coisas, lembro um antigo professor de filosofia, que dizia não sobrepor, antes extrair dos alunos o que já lá tinham; como os escultores que entrevêem na pedra a imagem que pretendem, “limitando-se” depois a tirar com o escopro o que sobeja da ideia…

Será isto o essencial, pois insiste no aspecto personalista da educação. Mas inclui necessariamente todo o conteúdo teórico e prático entretanto conseguido e absorvido, área por área. Bom educador será quem “extraia” do educando tudo o que ele possa realmente dar; mas só o fará se transmitir todo o conhecimento que lhe desperte a capacidade de aderir, aprofundar e criar por sua vez. É neste sentido que a erudição enriquece a cultura e o bom educador surpreenderá os educandos - e ainda mais se surpreenderá com eles.


Passo da intervenção de D. Manuel Clemente no Congresso do Ensino Superior

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