quinta-feira, 4 de março de 2010
"Self-portrait in a convex mirror",
de John Ashbery coloca questões particularmente interessantes em termos do diálogo entre o texto e a imagem, movendo a ekphrasis para um plano diferente daquele que a tradição a convencionou, nomeadamente ao introduzir uma dimensão, na sua aparência, confessional, (em certos instantes) quase ao estilo de Frank O'Hara.
António M. Feijó que traduziu este poema para português (a preciosa edição na Relógio d'Água encontra-se, há muito, esgotada), escreve a propósito no posfácio:
"... a sua (de "Self-Portrait in a Convex Mirror") ocorrência em The Tennis Court Oath resulta de um ímpeto mais preciso. Esse ímpeto era, aqui, libertar a literatura da 'literatura', fundi-la com a fundamental opacidade do medium, torná-la homóloga do expressionismo abstracto em pintura."
Boas leituras!
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