quinta-feira, 4 de março de 2010

Que escola é esta?!


Peter Buck, músico dos R.E.M., escreve num CD: "Nunca vi Buffy, a caçadora de vampiros, mas a ideia de que a secundária é um portal para o inferno, parece-me muito rigorosa."
Peter Buck está brincar?
Olhemos, então, em redor.
Vejamos o que escreve Manuel António Pina na sua crónica hoje no JN:

'A morte de uma criança de uma escola de Mirandela, tudo indica que vítima de bullying, trouxe à luz do dia, da pior maneira, uma das situações de violência oculta mais comuns nas escolas portuguesas, caracterizada por actos de violência física ou psicológica praticados repetidamente por um indivíduo ou grupo sobre outros. "Não apanho mais, vou atirar-me ao rio", terá dito Leandro antes de se lançar ao Tua.
Tinha 12 anos e era sistematicamente agredido por colegas. Na escola, pelos vistos, ninguém deu por nada, apesar de notícias de que, há já um ano, Leandro recebera assistência hospitalar após mais uma agressão e de outras queixas de bullying entre alunos que agora a tragédia trouxe a público. Sem poder disciplinar, sem pessoal, sem meios (ao contrário dos colégios privados para onde o ME canaliza os recursos que "poupa" no ensino público), as escolas pouco podem hoje contra a lei da selva dos recreios. Aos Tribunais de Menores raramente chegam queixas de bullying e mais raramente vindas de escolas. E continua a não haver entre nós uma lei específica que proteja as vítimas e puna os agressores.'

Quantos milhares de jovens estão a sofrer em silêncio, vítimas do chamado "bullying"? O que será necessário para introduzir medidas efectivas de controle sobre os energúmenos e as energúmenas que violentam tanta miudagem inocente?
Quais as estratégias de negociação e remediação que nos propõem os êduquêses?

1 comentário:

  1. É a escola das grelhas, da burocracia, das resmas de papel, da pipa de computadores sem rede, das impressoras sem tinta e das acções de formação sobre os temas mais idiotas que se possa imaginar, dadas por supra-sumos da bananeira.
    Não interessa a inexistência de «assistentes operacionais» (vulgo contínuos) suficientes; não interessa que os miúdos tenham aulas de substituição onde a única coisa que fazem é jogar às cartas; não interessa contemplar os horários dos professores com tempo para dar aos alunos, além da componente lectiva.
    Interessa que as grelhazinhas tenham sido preenchidas; que haja sucesso; que se diga bem do director quando a inspecção aparece; e que não estejam alunos no recreio, porque não há quem tome conta - daí a "importância" das aulas de substituição...

    O bullying alarga-se também aos docentes e às empregadas, por parte de encarregados de educação. Mas apresentar queixa está fora de questão pois não existem «evidências» e temem-se represálias, uma vez que todos vivem na mesma localidade...

    A escola pública tornou-se uma vergonha
    insuportável.

    PS. Peço desculpa pelo comentário tão longo mas este acontecimento tira qualquer um do sério.

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