quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
Porque após muitas batalhas,
sinuosos sorrisos e não poucas palavras enganosas, este é um dia especial para mim e para os meus amigos, deixo-vos a mais bela das imagens (Cristo, segundo Rouault) e os versos de José Tolentino Mendonça em "A fala do rosto":
"És Tu quem nos espera
nas esquinas da cidade
e ergue lampiões de aviso
mal o dia se veste
de sombra
Teu é o nome que dizemos
se o vento nos fere de temor
e o nosso olhar oscila
pela solidão
dos abismos
Por Ti é que lançamos as sementes
e esperamos o fruto das searas
que se estendem
nas colinas
Por Ti a nossa face se descobre
em alegria
e os nossos olhos parecem feitos
de risos
É verdade que recolhes nossos dias
quando é outono
mas a Tua palavra
é o frio de prata
que guia as folhas
por entre o vento"
Para quem sinta espanto perante a representação de Rouault, importa recordar aquilo que outrora escreveu São Gregório de Agrigento, tendo em mente o Eclesiástico, 10,2: "...não há nada verdadeiramente mais suave que fixar n'Ele os olhos do espírito..."
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