terça-feira, 22 de julho de 2014
Tratado dos Olhos
é o título do catálogo referente à exposição homónima de Júlio Pomar que podereis (devereis) visitar no Atelier-Museu Júlio Pomar. O curador da exposição, Paulo Pires do Vale, concebeu um diálogo espacial, particularmente fascinante, entre a palavra e a imagem do artista, tendo como mediador pintores a quem a sua obra deve em determinados momentos do seu longo percurso. O catálogo, onde a arte de Manuel Rosa é evidente, merece ser lido e fruido. Como fruido deve ser A cegueira do pintor, o filme, da autoria do curador e de Catarina Mourão, que passa ininterruptamente, lá no alto produzindo um segundo texto para quem deambula no piso inferior. Importa redescobrir a obra ensaística de Pomar - cujos fragmentos iluminam os quadros. Os dois primeiros volumes já vieram a lume, e poderemos lê-los naquele espaço. Sobre esse diálogo escreveu Paulo Pires do Vale: "Em Pomar, a dupla grafia, o desenho do desenho e o desenho da palavra, surge inseparável. ... Uma complementaridade que resulta da consciência do fulgor da falha de cada um dos empreendimentos." Deixo-vos aqui este autoretrato - o primeiro do artista - que podereis ver na exposição. Não percam!
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