terça-feira, 1 de julho de 2014

"Se ao menos a vida

fosse como o jazz," dei por mim a pensar durante o concerto do quarteto de Massimo Cavalli, na passada sexta-feira, no HotClub. Porquê? Porque este é um dos raros espaços em que indivíduo e colectivo se conjugam, formando um todo harmonioso, sem, todavia, deixarem de expressar e afirmar as suas individualidades. Além disso - e talvez mais relevante -, num país em que a epopeia nacional termina com a palavra "inveja", o jazz surpreende-nos com essa coisa algo inesperada que é o facto de os diferentes músicos fruirem as intervenções alheias. Divertem-se com elas. Enaltecem-nas. Aplaudem-nas. Cá fora, encolhemos os ombros e dizemos (sussurramos...), na melhor das hipóteses: "Não foi mau, mas podia ter sido melhor..." Ah, a inveja! Já, em tempos, aqui falei do cd do Massimo Cavalli. Fica, portanto, o lembrete. Se ao menos a vida fosse como o jazz...

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