terça-feira, 1 de julho de 2014

Se passarem por Cascais

façam uma pausa na Fundação Dom Luís e fruam a exposição de Diogo Muñoz. Sobre ele escreveu Giada Rodani: Na sua produção mais recente Diogo desenvolveu um percurso de procura, que o levou a atingir um repertório de temáticas e imagens que remetem à cultura Pop assim como a ícones da história da arte. É aqui que, no espaço da tela, se sucedem cenários e personagens que trasladados da realidade histórica entram no presente da tela, no presente do pintor. Mestres do passado como Velasquez e Picasso dialogam com os ícones pop do nosso tempo, aqueles da BD e das revistas ilustradas, criando um vórtice temporal no qual a cultura alta se mescla com aquela das massas, da televisão, do espectáculo, gerando um "pastiche" de anacronismos imagéticos. Sintoma da actual perda de perspectiva do presente, da massificação e desvalorização do significado, o seu olhar frequentemente irónico, por vezes sarcástico, reflete uma sociedade, a ocidental, saturada de estímulos, que reduz a cultura a produto cultural e, ao mesmo tempo, a priva de verdadeiros pontos de referência. Os protagonistas dos seus quadros, reduzidos a ícones e a ídolos, falam desta "essência". Todavia, no momento em que tais personagens são esvaziados do seu significado comum, são libertados do seu rígido simbolismo para adquirir nova vida através da recontextualização espacio-temporal que lhes imprime o quadro. Estou certo de que não vão dar o vosso tempo por perdido...

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