quinta-feira, 11 de julho de 2013
Antecipando as férias que tardam,
deixo-vos esta meditação de José Tolentino Mendonça, retirada de O Hipopótamo de Deus, a propósito deste tópico adiado:
"Entendemos bem aquele verso de Ruy Belo que diz: «Espero pelo verão como quem espera por uma outra vida». Na verdade, não é por uma vida estranha e fantasiosa que esperamos, mas por uma vida que realmente nos pertença. Por isso é tão decisivo que as férias, tempo aberto às múltiplas errâncias, não se torne um período errático e vago; tempo plástico e criativo e não se enrede nas derivas consumistas; tempo propício à humanização não se perca na fuga a si mesmo e no ruído do mundo. Em toda a tradição bíblica o repouso é uma oportunidade privilegiada para mergulhar mais fundo, mais dentro, mais alto. É aceitar o risco de sentir a vida integralmente e de maravilhar-se com ela: na escassez e na plenitude, na imprevisibilidade dolorosa e na sabedoria confiante."
A reprodução é de um quadro de Renoir, significativamente intitulado Piquenique.
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