terça-feira, 14 de setembro de 2010
O príncipe poeta,
assim é conhecido Francesco De Gregori.
Tive a fortuna de um amigo, Fiorenzo Brighenti, me ter apresentado a sua música andávamos ainda os três, o De Gregori, o Francesco e eu, pelos vinte anos.
Muitos anos passaram e o De Gregori completou em Abril sessenta anos.
Desde que o conheci, através do famoso álbum Banana Republic, com o Lucio Dalla, que nunca mais deixei de o ter junto a mim.
Escolhi-o, por isso, hoje ao regressar após dois meses de silêncio.
Para regressar em grande!
A De Gregori devo uma das mais belas canções que, desde 1979, recito de cor. Dá pelo nome da Santa Lucia (não confundir com as homónimas cantadas por Pavaroti ou por Bocelli).
Num concerto, Lucio Dalla (a brincar) disse que sentia inveja por não ter escrito esta canção. Em 2007, creio, numa entrevista na televisão referiu que a ouvira na véspera em casa de um amigo e que se emocionara como quando a ouvira pela primeira vez.
Parafraseando Benard da Costa que dizia não poder ser amigo de quem não gostasse do cinema de Manoel de Oliveira, eu solenemente afirmo que não poderei sentir simpatia alguma por quem oiça Santa Lucia sem se emocionar!
Creio que a ela se aplica aquilo que Leonard Cohen disse a propósito de uma melodia sua, it is more a prayer than a song.
Tive essa percepção muito nítida há dias, ao ler uma oração à Madonna della Strada, numa capela, em Roma.
Num site que vos recomendo, nomeadamente sobre as influências na sua música da folk americana, e de Dylan em particular, escreve-se: "una splendida preghiera laica per piano-voce."
Perfeito!
O site é o seguinte: http://www.ondarock.it/italia/francescodegregori.htm
Se quiserem ouvir a música, encontrá-la-eis facilmente no You Tube em múltiplas versões e em múltiplos instantes.
Agora deixo-vos as palavras:
"Santa Lucia, per tutti quelli che hanno occhi e
e un cuore che non basta agli occhi e
per la tranquillità di chi va per mare
e per ogni lacrima sul tuo vestito,
per chi non ha capito.
Santa Lucia, per chi beve di notte
e di notte muore e di notte legge
e cade sul suo ultimo metro,
per gli amici che vanno e ritornano indietro
e hanno perduto l'anima e le ali.
Per chi vive all'incrocio dei venti
ed è bruciato vivo,
per le persone facili che non hanno dubbi mai,
per la nostra corona di stelle e di spine,
per la nostra paura del buio e della fantasia.
Santa Lucia, il violino dei poveri è una barca sfondata
e un ragazzino al secondo piano che canta,
ride e stona perchè vada lontano,
fa che gli sia dolce anche la pioggia delle scarpe,
anche la solitudine."
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