quinta-feira, 16 de setembro de 2010

"A mulher canhão", ou "E con le mani amore, per le mani ti prenderò"



O número três tem as suas virtudes como ensinam a religião, a alquimia, simbologias várias. Por isso mesmo hoje é o terceiro dia, com o qual concluo, aliás, a minha cruzada sobre o Francesco De Gregori.
Para terminar, trago-vos La donna cannone, um texto de que gosto muito quer pela forma como ele toma uma imagem antipática e a subverte quer pela musicalidade dos seus versos.
Imagem antipática: donna cannone, isto é, a mulher canhão. Que raio de nome este para falar de amor?
À medida que os versos se seguem, este efeito é desconstruído, e o impacto inicial esquecido, transportados que somos para um espaço de intensa afectividade.
Por outro lado, a melodia: reparem na musicalidade de cada verso.
Aqui fica o texto que, à semelhança dos anteriores, podereis ver no You Tube.
Há quem considere esta uma das canções mais belas escritas em Itália nos últimos trinta anos. Com os meus limitados conhecimentos a este nível, não posso, nem quero, discordar.
Se a esta juntarmos Santa Lucia, aquela com que abri este capítulo sobre o De Gregori, é um feito!
Se depois disto não sentirem curiosidade em ouvi-lo, o problema é vosso, e, acima de tudo, não digam que não vos avisei.
Voilà:

"Butterò questo mio enorme cuore tra le stelle un giorno,
giuro che lo farò,
e oltre l'azzurro della tenda nell'azzurro io volerò.
Quando la donna cannone d'oro e d'argento diventerà,
senza passare dalla stazione l'ultimo treno prenderà.
E in faccia ai maligni e ai superbi il mio nome scintillerà,
dalle porte della notte il giorno si bloccherà,
un applauso del pubblico pagante lo sottolineerà
e dalla bocca del cannone una canzone suonerà.

E con le mani amore, per le mani ti prenderò
e senza dire parole nel mio cuore ti porterò
e non aver paura se non sarò come bella come dici tu
ma voleremo in cielo in carne ed ossa, non torneremo....
Più, uuu uuu uuu uuu na na na na na
E senza fame e senza sete
e senza aria e senza rete voleremo via.

Così la donna cannone, quell'enorme mistero volò,
sola verso un cielo nero s'incamminò.
Tutti chiusero gli occhi nell'attimo esatto in cui sparì,
altri giurarono e spergiurarono che non erano rimasti lì.
E con le mani amore, per le mani ti prenderò
e senza dire parole nel mio cuore ti porterò
e non aver paura se non sarò come bella come dici tu
ma voleremo in cielo in carne ed ossa, non torneremo....
Più."

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