terça-feira, 22 de junho de 2010

A propósito das margens (II)


Para se compreender aquilo que os Pop Dell'Arte trouxeram de inovador para o panorama músical e cultural português em meados dos anos 90, é necessário recordar quais as forças, então, em presença.
Em primeiro lugar, persistia ainda uma certa cultura de neo-realismo «tardio», nomeadamente a nível de crítica, o que implicava um certo puritanismo na abordagem da diferença (recorde-se que uma certa esquerda que hoje é muito moderna, impedia Ary dos Santos de se filiar partidariamente pela sua ostensiva afirmação homossexual), e um medo muito grande das vanguardas (vistas como desvios pequeno-burgueses).
Em segundo lugar, havia o revivalismo de direita, com os topoi nacionalistas e saudosistas, tipo Heróis do Mar.
Por fim, o (mal) chamado Rock Português.
É nesse contexto que surge a novidade que pretendia ver para além do copo de água.
Até depois!

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