terça-feira, 19 de janeiro de 2016

O sectário.

Ainda a propósito da campanha eleitoral, ou sobre as virtudes pedagógicas da poesia, eis um excerto do poema, em cinco partes, intitulado “T. C. (1568-1639)”, da autoria de Hans Magnus Enzensberger. O poema pertence a Mausoléu (Cotovia), cuja versão para português pertence a João Barrento. Eis o excerto, então: "O sectário é cego e surdo./ O seu percurso de vida está de tal modo dependente do acaso que ele pertence necessariamente aos seres vivos mais férteis; por isso, um sectário pode ter numerosa descendência./ A reprodução do sectário dá-se por segregação de membros, ovos, larvas, barbatanas, borbulhas, cápsulas, bolhas, areias./ A cura é sempre difícil porque, quando a cabeça do sectário não é eliminada, nasce rapidamente um corpo."

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