sexta-feira, 25 de janeiro de 2013
"O essencial sobre William Shakespeare" (Parte I) - A propósito do nosso colega William...
Shakespeare, claro. E tendo em mente todos aqueles que apareceram no lançamento e aqueles que, não podendo aparecer, enviaram mensagens de felicitações. Deixo aqui as palavras iniciais do capítulo sobre a infância do bardo de Avon. Em breve disponibilizarei neste espaço o texto que Luísa Leal de Faria generosamente concebeu e leu na apresentação.
Para já, aqui ficam as tais palavras:
"A nossa história começa numa quarta-feira. Estamos em Stratford-upon-Avon e este é o dia 26 de Abril de 1564. Vindo de Henley Street, um grupo de pessoas desce High Street, rumo à igreja. Entre estas destaca-se um dos notáveis locais, John Shakespeare que, ao colo, leva consigo um recém-nascido. Acompanham-no, entre outros, um vizinho, William Smith, proprietário de uma capelista e padrinho do bebé. Este seria baptizado na Igreja da Santa Trindade, a qual, onze anos antes, havia sido expurgada de todos os vestígios do catolicismo. Em breve, junto à pia baptismal os padrinhos seriam lembrados das suas obrigações pelo sacerdote, John Bretchgirdle. Ser-lhes-ia recordado que deveriam assegurar que a criança ouviria regularmente os sermões, e que aprenderia o credo e o Pai Nosso... “em inglês”. Após o baptismo um pedaço de linho branco seria colocado na testa do bebé, só devendo ser retirado quando a mãe fosse “purificada” na Igreja (Ackroyd 3).
Como era hábito na época, a mãe, Mary, estivera ausente da cerimónia. Ficara em Henley Street, onde, alguns dias antes, dera à luz o pequeno William, “Gulielmus filius Johannes Shakspere”, como ficaria assente no registo paroquial (Honan 10).
De acordo com a tradição, Mary tivera a ajuda de uma parteira, após o que o recém-nascido havia sido lavado e, posteriormente, envolvido num tecido macio. Em seguida fora levado à presença do pai que o aguardava no piso térreo, para de novo regressar ao andar superior, aos aposentos onde a mãe “chamaria a si todas as doenças do menino”, antes de finalmente ser colocado no berço. Ainda de acordo com a tradição ter-lhe-ão posto um pouco de manteiga e de mel na boca. No Warwickshire era também hábito dar ao bebé geleia feita de miolos de lebre.
Qual a data precisa em que o parto ocorreu, é algo que, até hoje, foi impossível de datar com precisão. Uma coisa é certa, o pequeno William terá nascido entre 21 e 23 de Abril; este último dia tornar-se-ia a data algo mítica atribuída ao seu nascimento devido ao facto de ter sido o dia da sua morte, o que, de acordo com a chamada cosmovisão isabelina então prevalecente, corresponderia ao delinear de um círculo perfeito pela Roda Fortuna. No entanto, o dia 22 é uma data igualmente possível, visto ter sido escolhida pela neta, Elizabeth Hall, para casar dez anos após a morte do nosso protagonista (Honan 16); ou mesmo o dia 21, embora nenhum evento especial a ele tenha sido posteriormente associado."
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