sábado, 16 de outubro de 2010

A importância de cair no caldeirão em pequenino!

Obélix caiu no caldeirão com a poção mágica em pequenino e esse episódio marcou-o para o resto da vida. Há uns anos, estava eu numa reunião, numa daquelas intermináveis reuniões do conselho científico, quando, durante uma pausa, um colega me perguntou se eu queria chá. Com o exemplo do Obélix em mente retorqui-lhe que não, obrigado, pois tinha caído num bule quando era pequenino. Chá era uma coisa que eu já tinha bebido em criança, contrariamente a outras pessoas... Para bom entendedor...
De facto, aquilo que aprendemos em criança forma o nosso carácter.
Por exemplo, sempre me ensinaram que tinha de ser pontual. Que era uma falta de respeito para com os outros e um sintoma de desleixo para connosco.
Já adulto, ao ler a Autobiografia do Ben Franklin, constatei que também os Founding Fathers pensavam assim.
Les bons esprits se rencontrent...
Por isso mesmo começo hoje as minhas aulas à hora designada no horário, e os estudantes sabem que quem chega três minutos depois já perdeu qualquer coisa.
No ensino online preservo igual rigor.
Por tudo isto, não consigo nutrir respeito algum por todos aqueles (governantes incluídos) que recorrem aos mais diversificados argumentos para justificar os seus sistemáticos atrasos.
Como podemos confiar em gente que não respeita os critérios mínimos de vida em sociedade?
A ética, sim, a ética assimila-se a partir do berço e quem não a assimilou desde mais tenra idade, não é em adulto que o fará.
E bem podem evocar a modernidade e...
Sorte a do Obélix e a minha e a daqueles que eu respeito... pelo culto do chá!
Bom fim de semana!

1 comentário:

  1. No fundo, este desrespeito por horários e prazos acaba por revelar a existência de dois pesos e duas medidas - não cumpre quem pode... - ou seja, a fragilidade da nossa democracia.
    Se um qualquer comum mortal chega atrasado ao trabalho, não entrega determinado trabalho na data determinada ou não paga os impostos no prazo previsto, está tramado. Estes senhores, não.
    Aliás, esta entrega reiteradamente adiada da "pen" lembra-nos tantos outros casos do género que até já estranhamos quando tudo corre de acordo com o calendarizado:
    o famoso Acórdão do processo Casa Pia;
    a avaliação bianual dos professores com objectivos entregues um par de meses antes do ano lectivo acabar;
    e fico por aqui porque o espaço para os comentários é demasiado reduzido...

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