segunda-feira, 5 de julho de 2010
A propósito das margens (IV)
Num famoso ensaio sobre os poetas metafísicos ingleses, T. S. Eliot avança com um conceito que será central para o modernismo anglo-saxónico, o de objectivo-correlativo.
Ao exibir um signo capaz de desencadear uma reacção simultaneamente emocional e intelectual, este conceito enfatiza um método indirecto de abordagem estética do real e, consequentemente, um decoro estranho às tendências futuristas.
Lembrei-me do correlativo devido ao título do novo Cd dos Pop Dell'Arte, Contra Mundum.
Onde foi o grupo colher esta expressão?
O que poderá significar?
Rebeldia?
Não só, mas também.
Quem tenha alguma memória literária anglo-saxónica de imediato evoca um capítulo de Brideshead Revisited, de Evelyn Waugh; aquele em que Sebastian e Charles vivem os derradeiros dias da idade do armário.
Idade do armário, contraporeis?
Confesso que esta expressão funciona como ponte para uma próxima entrada sobre estes "A propósito das margens".
Para já ficamos com esta ideia: João Peste e o (método indirecto de enunciar e indiciar:) objectivo-correlativo.
Boa semana!
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