sexta-feira, 30 de abril de 2010

O Santiago Alquimista



acolheu há dias um tributo ao Zeca Afonso, no qual participaram inúmeras bandas desconhecidas do público em geral.
Diz-me quem lá esteve, e cuja sensibilidade estética respeito, que um dos momentos altos terá sido uma (como se diz hoje em dia) cover (nós diziamos versões) metal de Os Vampiros.
Deste evento tiraria quatro lições: duas eufóricas, uma disfórica, e uma meramente didáctica.
Comecemos pela disfórica para acabarmos com um mood positivo:
1) Quem pensou que OS Vampiros era apenas um documento histórico, pode tristemente constatar quão pertinente este tema ainda o é neste (disse António Guterres) pântano no qual os gauleiters habitam e os bufos vegetam sob novas roupagens.
Passemos ao didáctico:
2) Para conhecer o que de novo se faz, não basta buscar informação apenas nos sítios canónicos; é preciso aprender a escutar noutros lugares.
E concluamos com os eufóricos:
3) a música do Zeca está viva e recomenda-se;
4) os jovens músicos estão aí e sabem preservar e recriar a memória; ou seja, contrariamente àquilo que dizem certas pessoas da minha geração e daquela que a precedeu, as novas gerações não são acéfalas, apenas percepcionam a realidade de uma forma diferente.
E ainda bem que assim é, pois foram exactamente as vetustas gerações acima referidas que entoaram loas (e ainda não fizeram por isso mea culpa) a algumas das maiores ditaduras do século passado, da triste revolução cultural chinesa aos fuzilamentos dos fideis e ches, dos gulags aos tiros na nuca albaneses, etc.
Vamos, portanto, (re)ouvindo o Zeca e estando atentos aos jovens músicos!
A propósito, já conhecem o Tiago Guilul?

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