segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
Sim, Sr. Ministro!
Pela esperança que nos transmitiu.
A que me refiro?
Comecemos pelo sempre lúcido e inconveniente, João César das Neves que conclui assim a sua crónica de hoje no Diário de Notícias:
"Portugal não acredita no futuro. Esse é o único problema de Portugal. Hoje no mundo globalizado, de fronteiras abertas e concorrência feroz, as oportunidades estão abertas a todos os que as quiserem aproveitar. China, Índia, Leste da Europa e tantos outros lutam com confiança e força e ganham espantosamente. Portugal, ao seu nível, pode seguir o mesmo caminho. Só precisa de querer.
Precisa de trabalhar em vez de se endividar; de empreender em vez de reinvindicar; de poupar e investir em vez de esperar do Governo. O único real obstáculo é o desânimo."
O que tenho eu em mente ao referir-me à esperança necessária para superar o desânimo?
À nomeação de Ana Paula Laborinho para Presidente do Instituto Camões!
Porquê? Porque Ana Paula Laborinho está entre os e as melhores da minha geração.
Dela se poderá dizer ser inteligente (palavra que não uso de ânimo leve), docente brilhante da Faculdade de Letras de Lisboa, mulher empenhada e livre.
Outro esclarecimento para recordar o óbvio: nem todos são livres, pois não são poucos aqueles que, por salamaleques dos seus guardas pretorianos e mordomias várias, se colocam em bicos dos pés, sorrindo subservientes perante quem exerce o poder, para assim poder debicar e colher algumas migalhas desse mesmo poder.
Não são livres, portanto!
Ora, Ana Paula Laborinho é alguém que não tem, nem nunca teve, problemas de coluna vertebral, pois nunca se vergou perante os pequenos poderes que por aí vegetam.
O Ministro dos Negócios Estrangeiros, Luis Amado, está de parabéns pela sua escolha. Demonstrou, afinal, uma vez mais, ser merecedor do reconhecimento que lhe é devido para além da sua família política.
Acima de tudo somos nós, portugueses, que estamos de parabéns com esta escolha!
Para além de tudo o que já mencionei, importa referir que esta nomeação constitui uma valente alfinetada na misoginia reinante e não assumida!
Afinal, há razões para termos esperança e, como recorda João César das Neves, para não desanimarmos!
Perante tudo isto, pode-se dizer, sem ironia: "Sim, Sr. Ministro!"
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