quarta-feira, 8 de abril de 2009

Poemas de Herman Melville



De facto, Ana Mafalda, esqueci-me da referência ao livro com os poemas do Herman Melville.
A edição é bilingue, feita por mim, e com notas, igualmente minhas, aos poemas. A editora é a Assírio & Alvim.
Aqui vos deixo mais um poema:

"'A queda de Richmond'

As notícias recebidas nas metrópoles do Norte
(Abril de 1865)
O que significa o repicar dos sinos nas torres
E multidões como mares ondulantes?
O canhão responde; revelam o coração
Do Povo apaixonado, e falam de
Uma cidade em flâmulas por uma cidade em chamas,
Richmond lembra Babilónia –
Cantai e orai.

Oh, desgastantes anos e temíveis guerras,
E exércitos no túmulo;
Mas os corações indomáveis por fim detém
Lúcifer imponente com seu elmo –
Honra ao corajoso Grant,
Cujas três estrelas como Oríon se erguem
Quando despojos do naufrágio oscilam nas ondas.
Abençoado seja seu gláudio.

Por bem persistimos na nossa fé
E nunca nosso objectivo vacilou
Perante Terrores atacando em cada retrocesso
Quando débeis lutávamos no Deserto,
E o Inferno jubilava com seus urros;
Mas Deus está no Céu, e Grant na Cidade,
E a Justeza pela força conquistada torna-se Lei –
Louvemos os caminhos do Senhor."


Eis a nota respectiva:

“A queda de Richmond” – Richmond, a capital confederada, caiu em Abril de 1865. Melville teve conhecimento da conquista através da imprensa. Um jornalista do New York World escreveu, então, o seguinte: “Há um silêncio, no seio do qual, Richmond, com suas ruínas, tetos espectrais ... permanece também ela espectral, uma visão impressionante... Estamos à sombra de ruínas. Dos pavimentos que percorremos ... só se avista devastação. Os destroços, a solidão parecem intermináveis... Não há som algum de vida…”
Optei por traduzir “wilderness” por “deserto” devido ao facto de esta ser também uma designação bíblica, na chamada versão autorizada da Bíblia do Rei Jaime, e de Melville proceder a diversas evocações e/ou analogias religiosas.


Bom dia!

1 comentário:

  1. Obrigada!
    encontrei um poema de Margaret Atwood que identifiquei comigo e esta minha demanda sobre a guerra, o poema é "The Loneliness of the Military Historian" do qual eu cito este excerto:

    "(...)
    In general I might agree with you:
    Women should not contemplate war,
    should not weigh tactics impartially,
    or evade the word enemy,
    or view both sides and denounce nothing."

    Um Bom dia e uma Santa Páscoa

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