segunda-feira, 6 de abril de 2009

Figuras de Retórica

Uma amiga, professora do ensino secundária, gostaria de utilizar um capítulo dos meus Pentâmetros Jâmbicos para explicar as figuras de retórica aos seus alunos. Hélas, este capítulo é demasiado atrevido. Aqui fica, porém, um pedacito:

-«..., os gémeos do 5ºC são assim uma espécie de pleonasmo», o Pinto parou por breves segundos, para logo sorrir e disparar:

-«Ora, voltando à minha aplicação erótica das figuras de estilo. O quiasmo é assim uma espécie de 69, só que com frases, percebes? Ou por exemplo, quando a s’tôra de Ciências se põe a falar que nem uma metralhadora e nunca mais se cala e a malta não pe’cebe boi, é uma logorreia. Cuidado, pá, não t’assustes que parece uma doença venérea mas não é. Olha, o director de ciclo é uma perífrase,» o Carlos olhava-o sem saber o que dizer.

-«Sabes porquê?» Inquiriu. «Elementar, caro Watson, elementar. Porqu’o fulano é uma besta quadrada. E então há outras qu’ ainda são mais simples do qu’ as coisas simples. Por exemplo, a Telma é boa com’ó milho. Voilà, uma comparação. Ou, a Telma é uma bomba. E neste caso a Telma foi promovida a… sabes o quê? Tenta lá adivinhar?»

Perante o silêncio do Carlos, prosseguiu de imediato:

-«Uma metáfora, pá! Uma metáfora! ‘Tás a ver, pá? Claro como água. Já te viste a fazer um quiasmo com a metáfora? Com a Telma, pá! Com a Telma!»

A Telma. Ai, Senhor, a Telma. A Telma era a mais digna representante do estereotipo-sinédoque preferido do Carlos: as loiras de olhos azuis. »

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