Fernando Guerreiro disse a propósito de Watchmen que a primeira hora e vinte minutos eram excelentes, e eu subscrevo.
Para os menos versados nas virtudes culturais anglo-saxónicas, recordo que o vilão se chama Ozymandias; diálogo que envia, de imediato, para Shelley.
Podereis retorquir que existe uma filiação grega do nome no faraó [User-nmat-er]; aliás foi daí que Shelley partiu. Para tirar as dúvidas quanto à filiação em Shelley, atente-se na inscrição no pedestal da estátua, já perto do desenlace: "My name is Ozymandias, king of kings, / Look on my works, you mighty, and despair."
Faltam, porém, as derradeiras palavras: "Nothing besides remain..."
Talvez tenha sido daí que "A Gazetilha", de Álvaro de Campos, emergiu: "Dos LLoyd Georges da Babilónia/ Não reza a história nada."
[Para mais informação sobre este diálogo cf. Ekphrasis - O poeta no atelier do artista (Cosmos, 2006), pp. 100-101]
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