quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Wilfred Owen


foi um poeta inglês que, ainda jovem, perdeu a vida na I Guerra Mundial. A Wilfred Owen Association (France) está a organizar um evento junto à casa na vila de Ors onde Owen passou os últimos dias da sua vida, antes de ser morto no Canal de la Sambre a 4 de Novembro de 1918. A Associação reuniu várias traduções (entre as quais em japonês, mandarim e árabe) de um soneto seu, 'Anthem for Doomed Youth', que incluiu num panfleto que será distribuído gratuitamente durante esse evento.
A tradução para português foi feita por mim.
Ei-la, antecipando o evento:


"Hino para uma juventude condenada"

Que sinos tocam por estes que morrem como gado?
Apenas a raiva monstruosa das armas;
Apenas o soluçar rápido das espingardas
Acompanha as suas preces apressadas.
Não ouvem fingimentos; nem orações, nem sinos,
Nem vozes enlutadas, excepto os coros -
Os estridentes, dementes coros do pranto das balas,
E dos cornetins que os chamam em tristes condados.

Que velas se erguerão em seu louvor?
Não nas mãos de jovens, mas sim nos seus olhos
Cintilarão as piedosas luzes das despedidas;
A pálida tez das raparigas será a sua mortalha;
Suas flores, a ternura de resignadas memórias,
E cada lento crepúsculo, uma persiana que se fecha.

Na sequência de uma sábia sugestão, eis o texto original:


"Anthem for Doomed Youth"


What passing-bells for these who die as cattle?
Only the monstrous anger of the guns;
Only the stuttering rifles' rapid rattle
Can patter out their hasty orisons.
No mockeries now for them; no prayers nor bells,
Nor any voice of mourning save the choirs—
The shrill, demented choirs of wailing shells,
And bugles calling for them from sad shires.

What candles may be held to speed them all?
Not in the hands of boys, but in their eyes
Shall shine the holy glimmers of goodbyes;
The pallor of girls' brows shall be their pall;
Their flowers the tenderness of patient minds,
And each slow dusk a drawing-down of blinds.

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