quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Diante dos nossos olhos

é o título de um ensaio meu publicado no número 5 da revista Fátima XXI, sobre a figuração do anjo. Aqui vos deixo um excerto: "como enunciar algo que ilude as fronteiras do nosso quotidiano? O compositor inglês contemporâneo Patrick Hawes, a quem devemos um álbum comovente intitulado Anjos [Angels], escreve a propósito: “Nunca vi um anjo e, no entanto, a minha consciência da presença de anjos tem-se tornado cada vez mais forte ao longo destes últimos anos.” (Hawes, 2013) Num depoimento disponível na internet Hawes é filmado aproximando-se de uma igreja, em cujo limiar recorda uma experiência que seu pai terá vivido: “Este foi o sítio onde o meu pai viu anjos. Foi já para o fim da tarde, três ou quarto figuras, juntas, rodeadas de luz, bastante indistintas, mas discerníveis como tendo forma humana. E as figuras estavam a dançar, e não deram por ele. E ele dizia que era quase como se houvesse música no ar.” Foi, também, com esta experiência em mente que ele concebeu o referido álbum, onde contou com os poemas escritos pelo seu irmão, o reverendo Andy Hawes. Será, no entanto, talvez, no Prelúdio I do Anjo, um solo de piano onde as palavras estão ausentes, que mais intensamente o poder evocador da música pode ser sentido."

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