quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Stephan Zweig, eis um escritor que recomendo

Li-o na adolescência - a ele devemos a expressão "Deu-me um Amok!" - e tenho regressado a ele nestes últimos anos, nomeadamente as biografias. Divirto-me a (re)ler, por exemplo, a que ele escreveu sobre José Fouché. Divirto-me a (re)encontrar nessa personagem que viveu no início da modernidade, tantos colegas meus universitários (e não só). Aquele tipo de fulanos(as) que, quando chega um chefe e proclama, "Agora o importante é ensino ao longo da vida!", eles de imediato gritam "Aleluia! Vimos a luz!" Depois vem outro chefe e diz, "Agora o importante é investigação!", e eles de imediato gritam "Aleluia! Finalmente, vimos a luz!" Depois vem outro chefe e diz... Estão a ver o filme, não estão? Também José Fouché foi realista, depois jacobino, depois hiper-jacobino, depois reaccionário, depois... Bom, depois caiu de amores por uma rapariga mais nova - como às vezes, raramente, claro, sucede com os homens de meia-idade, refira-se - e caiu, literalmente, em desgraça. Bom, adiante! Deixo-vos com as palavras de José María Alvarez que, muito certeiramente, constata: "... pienso en essas fotografías/ tantas veces vistas: usted y su esposa/ como dormidos. Elegantemente vestidos. No son cadáveres. Parecen dormir./.../Sabe una coisa, Zweig? Es raro ya encontrar/ escritores como usted. La especie va extinguiéndose./ Hay - me aseguran - hasta quien divulga/ que un artista es una persona como otra."

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