segunda-feira, 20 de julho de 2015

"The days that we have seen."

Ao rever, uma vez mais, ainda uma vez mais, os planos iniciais de Badaladas da Meia-Noite, e ao ouvir de novo as palavras de Master Shallow - "The days that we have seen" - para Falstaff, e a réplica deste - "We've heard the chimes at midnight", veio-me à ideia um dia, algures na segunda metade da década de 70, em que eu e um colega de Filosofia, o Marcello, nos sentámos na relva (na altura ainda se lhe podia chamar relva), encostados a uma árvore, junto ao ironicamente chamado Pavilhão Novo, na Faculdade de Letras, cada um com a sua cerveja na mão, e o Marcello me disse: "um dia, quando formos velhos, hei-de lembrar-me de estar aqui sentado consigo [o tratamento por "você" não era snobismo, devia-se, sim, ao facto de o Marcello ser brasileiro], a beber uma cerveja, e a dizer como o Pablo Neruda, 'confesso que vivi'." É verdade, Marcello, "the days that we have seen..."

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