quinta-feira, 16 de julho de 2015

Quando há uns vinte e tal anos escrevi estes versos

que encerram a "Meditação I" de Seduções do infante foi sob o impulso e a memória deste plano no início de Citizen Kane: "O halo dilui-se em torno do Senhor/ da Serra, a neve dança sobre a casa/ na campânula, presa nas mãos do infante." Ainda a propósito de Citizen Kane, e destes planos iniciais, escreveu André Bazin: "essa inclinação recorrente pele neve, característica de uma fantasia infantil (as bolas de neve em Les enfants terribles, de Jean-Pierre Melville). A nostalgia da neve está associada às nossas primeiras brincadeiras (a que provavelmente deveríamos acrescentar um simbolismo específico da neve, cuja alvura ameaçada, promessa de lama, convém particularmente à inocência culpada da infância)". [negrito meu, e acrescento: Touché!]

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