quarta-feira, 16 de outubro de 2013
"Deu-lhe um amok!"
Esta era uma expressão que dizíamos, na minha adolescência,quando alguém (como se diria hoje) "se passava dos carretos". A sua origem está, como a rapaziada da minha idade sabe, no célebre livro de Stephan Zweig. Porque o meu pai tinha uma grande paixão por este autor, abundavam os livros dele, devidamente encadernados, na biblioteca familiar. Foi, por isso, um dos meus autores de adolescência (o que poderá explicar algumas disfunções...). Reli o Amok há algum tempo, assim como, entre outros, a biografia de José Fouché. Fi-lo porque acho que a literatura, além de outras coisas, nos ensina a olhar melhor para a vida. De facto, ao ver o percurso de vida deste homem que, antes da revolução francesa foi um reaccionário assumido, com a revolução, foi o mais fervoroso dos revolucionários, e que, durante o resto da vida, andou sempre à tona de água, acolhendo as diferentes e contraditórias marés com notável capacidade de resistência, não pude deixar de pensar nos "Josés Fouchés" que pairam por aí, nomeadamente... no meu local de trabalho. Penso (lá vou eu consolidar pequenos ódios!) naqueles e naquelas que, ainda não há muito tempo, apoiavam quem queria transformar-nos numa espécie de novas oportunidades universitárias e que hoje são... adeptos da mudança de rumo a favor da investigação.
Resta-me a consolação de que o Fouché acabou ostracizado por todos. Será que isto sucede aos "Fouchés" que por aí andam? Não necessariamente!
Enfim, resta a lição de que a literatura tem virtudes pedagógicas... ainda que inesperadas.
Aqui fica, portanto, a sugestão de leitura!
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Voilà!
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