segunda-feira, 26 de novembro de 2018
Quando puderem, aqui fica a sugestão
Vejam: A Great Pictured Song: Hugh Lane and the Ireland of his Time
Eis a descrição que me chegou feita pelos amigos do CEAUL, a quem devo a oportunidade de ter visto o filme e de ter conhecido e conversado com o realizador, Thaddeus O'Sullivan:
At the opening of the twentieth century, the city of Dublin became the epicentre of cultural energy- notably in terms of drama and poetry, with the foundation of the Abbey Theatre, the plays of J. M. Synge and Augusta Gregory, and the poetry of W. B. Yeats. This cultural ‘Revival’ was accompanied by shifts of political allegiance which would eventually, after the outbreak of World War I, see the rise of separatist nationalism, the decline of the more moderate ‘Home Rule’ movement, and finally an armed revolution against British rule. In the early 1900s, however, there was a general expectation that self-government would come by constitutional means, and Dublin would be the capital of an autonomous Ireland. For Lady Gregory, Yeats and other cultural ‘power-brokers’, this required the acquisition of cultural capital; and Gregory’s nephew, an art dealer and philanthropist called Hugh Lane, became the driving force in the effort to create a gallery of modern art in the city. This opened in temporary accommodation in 1908, and contained the nucleus of an astonishing collection of modern French paintings by Manet, Renoir, Monet, Daumier, Vuillard, Degas and others. But the campaign to build a permanent gallery to house the collection became intensely controversial, and was still uncertain when Lane was drowned on the Lusitania in 1915. While his intention to leave his modern art collection to Dublin was clear, due to a legal quirk the paintings were claimed by the National Gallery in London- inaugurating a contentious situation which is still only partly resolved today. The story of Lane and his paintings intersects with fascinating issues in the history of Irish nationalism, cultural politics and Anglo-Irish relations.
A importância dos amigos
Não é preciso - embora não haja mal algum nisso, antes uma plácida virtude! - o Jordan Peterson lembrar-nos quão importantes os amigos são para nós. Mão amiga, desta feita o Fernando Guerreiro, fez-me chegar este Iluminuras, de Theodore Fraenckel. Eis uns versos, colhidos no seio do poema "Lendo Petrarca": "Todos/ os mortos têm uma segunda/ vinda (pensou): pela poesia,/ manto que os devolve à luz/ numa carne que os torna -/ para quem neles mais acreditou -/ ainda mais puros e vivos."
Atenção
O número mais recente do TLS contém a habitual opinião de algumas dezenas de escritores obre "os livros do ano". A pesquisar para quem esteja interessado no solo anglo-saxónico, e não só. Eu, pela parte que me toca, já descobri dois ou três livros que me podem interessar. Boas leituras!
Um romance sobre a guerra colonial
Não será, por certo, uma obra acaba de sair. No entanto, só agora, pela mão amiga do general António de Jesus Bispo, pude ler este romance de Luís Rosa, que dá pelo nome Memória dos dias sem fim (Presença). A crueza dos tempos de guerra quando o Homem se desvenda e se reconhece nas suas dimensões mais negras (afinal, já o Freud a isso dedicou o célebre Civilization and its Discontents), emerge ao longo destas páginas num escrita que nos impele para esse espaço de radical alteridade - para mim, pelo menos - que é o dos remotos espaços da Guiné. A intensidade é quase excessiva, não participasse ela da realidade da guerra, em capítulos como "Memória da Insensatez", quando assistimos à abertura de uma cova por parte do suspeito informador e à sua execução. Outros momentos há em que um decepcionante sentido de humor prevalece. E outros ainda em que figuras por nós conhecidas, como a do general Garcia Leandro, com o qual tive o privilégio de privar em contextos muito mais regulados - ainda que selvagens, também, como o pode ser um conselho geral de um universidade -, emerge sob o signo da heroicidade. Recomendo, portanto.
Sugestão de leitura
Maria Irene Ramalho publicou há alguns anos, nos Estados Unidos, uma obra intitulada Atlantic Poets, na qual desenvolve uma abordagem de poetas canónicos - dos dois lados do Atlêntico - no âmbito de uma rede de conexões que se situam além das meras e evidentes continuidades amiúde enunciadas. Desta forma, Pessoa & Companhia são desvendados através de uma estratégia hermenêutica que se pode inscrever nesse impulso analítico que tem vindo a ser designado transnacionalidade, e que, sob o signo da urbanidade, assim revela um fascinante solo de afinidades, não só entre Pessoa e Whitman, mas também entre Pessoa e Crane. Ainda que fundamental para quem pretenda estudar o nosso Modernismo ( e não só), há muito que este livro não está acessível. Em boa hora, contudo, as Edições Afrontamento publicaram uma tradução sua, Poetas do Atlântico, Fernando Pessoa e o modernismo anglo-americano. A ler, portanto, em particular quando, sob a designação de estudos atlânticos, tanta espuma vagueia por aí.
Subscrever:
Mensagens (Atom)