quinta-feira, 20 de setembro de 2018
Um filme sobre a velhice?
Sim, pois Lucky é um olhar terno sobre a decadência do corpo e também sobre o mistério que a envolve: por que razão se colapsa quando tudo no corpo parece estar numa fluida sintonia? Porque se fixou o olhar numa imagem intermitente que nos envia para o imaginário de Twin Peaks? Aliás, ao longo do filme são várias as citações de homenagem a Twin Peaks, da luminosidade, a certos fragmentos cénicos, ao telefone vermelho e à misteriosa personagem cuja voz persiste no silêncio, aos equívocos (ambiguidade) da linguagem e dos encontros entre personagens- "You're nothing", que melhor e mais lúcida saudação do que esta?-, à óbvia presença de David Lynch. Talvez, mais do que a tudo isso, seja este filme uma homenagem a Harry Dean Stanton. Já o (re)vi várias vezes e vou continuar a (re)vê-lo... obsessivamente.
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