terça-feira, 30 de junho de 2015

«Quem é este homem, que até o vento e o mar Lhe obedecem?».

Comentário de São Cirilo de Jerusalém (313-350), bispo de Jerusalém, a este passo de Mateus 8,27: "«Ele é chamado Cristo» (Mt 1,16), que quer dizer ungido, um Cristo que não recebeu a sua unção de mãos humanas, mas que foi ungido desde toda a eternidade pelo Pai, para exercer em favor dos homens o sacerdócio supremo. [...] É chamado «Filho do Homem», não porque tenha a sua origem na terra, como nós, mas porque há-de vir sobre as nuvens para julgar os vivos e os mortos (Mt 24,30). É chamado «Senhor», não abusivamente como os senhores humanos, mas porque o senhorio Lhe pertence por natureza desde toda a eternidade. É chamado, muito correctamente, «Jesus», que quer dizer «o Senhor salva» (Mt 1,21), pois Ele salva curando. É chamado «Filho», não porque uma adopção O tenha elevado a esse título, mas porque foi gerado segundo a sua natureza. Há ainda muitas outras denominações do nosso Salvador. [...] No interesse de cada um, Cristo mostra-Se sob diversos aspectos. Para os que precisam de alegria, faz-Se «videira» (Jo 15,1), para os que precisam de entrar, é «a porta» (Jo 10,7); e, para os que querem apresentar as suas orações, aí está Ele, «Sumo Sacerdote» (Heb 7,26) e «Mediador» (1Tim 2,5). Para os pecadores, fez-Se também «cordeiro» (Act 8,32), para ser imolado por eles. Faz-se «tudo para todos» (1Cor 9,22), permanecendo Ele mesmo aquilo que é por natureza."

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Today’s reading is from the Gospel of Matthew.

“And when you pray, do not heap up empty phrases as the Gentiles do, for they think that they will be heard for their many words. Do not be like them, for your Father knows what you need before you ask him. This, then, is how you should pray: ‘Our Father in heaven, hallowed be your name, 10 your kingdom come, your will be done, on earth as it is in heaven. 11 Give us today our daily bread. 12 And forgive us our debts, as we also have forgiven our debtors. 13 And lead us not into temptation, but deliver us from the evil one.’” 'Do not heap up empty phrases'--are there ever times when religious language just seems empty to you? Where do you think God is in that sort of experience? Now listen again to the familiar prayer (even if the words are slightly altered). Notice how it starts with God: with praise, with longing for the Kingdom, and with an acceptance of what God desires. Only secondly does it focus on our needs for food, for forgiveness and for protection. Luke's Gospel tells us that the Our Father is Jesus’ answer to the disciples' request: 'Lord, teach us to pray'. Perhaps you might spend a few minutes now making that same request--'teach me to pray'- and try to listen in case the Lord is inviting you to make a shift. (retirado de http://pray-as-you-go.org/home/)

terça-feira, 2 de junho de 2015

"O lado português dos espanhóis"

Num dossier a que lhe consagrou os Cahiers du Cinéma, no seu mais recente número, encontramos algumas pérolas de e sobre Manoel de Oliveira. Apreciei, em particular, a entrevista que o Mestre concedeu a Serge Daney e Raymond Bellour em 1991. Dela deixo-vos este excerto que, não tendo a ver directamente com o cinema, afinal acaba por nos reenviar para ele, visto ser a nossa identidade um dos núcleos da sua obra. Lede: "Nous sommes complètement différents des Espagnols: masi nous avons aussi des choses qui se rejoignent... Regardez le Christ de Vélasquez... Vélasquez a un côté portugais. Les Christ espagnols sont crispés, sanglants, tandis que celui de Vèlasquez est doux. C'est un Christ portugais, souriant, attentif, patient." Nova pergunta/comentário de Daney e segue-se a resposta: "Quelquefois je pense que le Portugal est comme le Christ doux, patient et résigné dont je viens de parler. Il a cet air de bouc émissaire. Il n'est par révolté vraiment. Les Portugais sont soumis à leur destin, au désespoir. Le Portugal est un pays ou l'on n'a pas trop d'illusions; le peuple se méfie de tous les grands personnages qui prometent de grandes choses."