segunda-feira, 17 de outubro de 2016
Conferência em Budapeste - Instituto Confúcio
Aqui vos deixo as irreverentes linhas iniciais da minha intervenção de encerramento neste colóquio na Universidade de Budapeste, sob os auspícios do Confúcio (o Instituto, claro) e do Camões (igualmente o Instituto).«:
No início do século XX, o poeta modernista Fernando Pessoa leu um artigo de jornal onde se referia a história de alguém que, num passeio pelas Alleghenies , encontrou uma inscrição numa rocha. Devido ao facto de não estar familiarizado com a estranha língua desta inscrição, decidiu copiá-la para que alguém a pudesse eventualmente traduzir. Ao regressar a casa, alguém lhe disse que era português e que dizia o seguinte: "O Noronha esteve aqui!" Fernando Pessoa chega à seguinte conclusão. Onde quer que se vá, percebemos que um inglês ou um português já ali estiveram. Os ingleses porque são muitos, os portugueses porque... é o destino. Irresistível este impulso de partir. Além disso, quem gravou o nome na pedra, não teve a preocupação de se identificar explicitamente, de deixar o nome próprio, de onde vinha. Fê-lo apenas pelo prazer de o fazer. Sem agenda política, pessoal, ou outra. Apenas pelo prazer de o fazer.
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