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Segundo São Tiago de Sarug (c. 449-521), monge e bispo sírio, "Moisés enunciou os mistérios, mas sem os explicar. Com efeito, ele tinha dificuldade em falar e não conseguia exprimir-se claramente (Ex 4, 10). Esta dificuldade em falar foi-lhe conservada como desígnio, para que todos os seus discursos permanecessem inexplicados."
Há dias Mário Laginha brincava com a sua gaguez aquando do concerto no S. Luís em que apresentou o seu mais recente cd, Mongrel. Que talento é coisa que não lhe falta, é, para mim, mais do que evidente. A sua releitura de Chopin é sublime. Como sublimes são os outros integrantes do trio, Bernardo Moreira no contrabaixo e Alexandre Frazão na bateria.
Quem gosta de jazz, não deve perder.
Eu, cá por estes lados, enquanto trabalhava, na segunda-feira, ouvi-o quatro vezes seguidas.
Pode não ser profeta, aliás, podem não ser profetas, mas elevam-nos para outra dimensão.
George Steiner fala desse poder que a música tem de nos fazer descobrir dimensões que estão para além da palavra.
É um mistério, portanto; e um desígnio, também.
Viva o Laginha Trio! Esta é a palavra de ordem para o momento!
Já agora, esclarece a venerável Wikipedia:
Mongrel refers to mixed ancestry:
In botany, a mongrel may refer to the offspring of varieties of a species which was in contrast to a hybrid
Among pets, one whose parentage is of unknown or mixed breeds as opposed to purebred
Among humans, mongrel and mongrelize are derogatory terms for the mixing of races, known as miscegenation