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Não foi aquele de que fala o Philip Larkin, pois claro. Nessa altura eu era demasiado pequenito!
O meu "Annus maribilis" terá sido o de 1985.
Entre muitas outras coisas, descobri (vendo-a ao vivo) a Suzanne Vega.
Sobre ele (ano) escrevi este poema que, inevitavelmente, encerra com essa descoberta.
Está incluído em Cidades de Refúgio, publicado seis anos mais tarde. Intitulei-o "Herba Santa", em homenagem ao meu querido amigo Herman Melville.
Ei-lo:
"Associo melodias às estações,
a instantes mais ou
menos vagos na memória. O
Verão de oitenta e cinco, por exemplo.
Regressara nesse tempo da pátria
dos heróis. Os dias fluíam entre
a viagem de um amor vindo
de longe e um almoço fora de horas
num qualquer snack em Lisboa, cracking.
Com liberdade, livros, flores e
a lua, quem não pode ser feliz?
Sim, havia ainda os livros e
a música, o frágil encanto de
Suzanne Vega."
Boa semana!